São Paulo, domingo, 04 de março de 2001


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Internet torna paciente mais crítico

DA REPORTAGEM LOCAL

A era da informática estimula um comportamento crítico do paciente. As informações disponíveis na rede acerca das mais variadas doenças permitem um nível de conhecimento que coloca o doente em posição seletiva ao receber um diagnóstico.
Em vez de aceitar o diagnóstico e a conduta médica propostos, o paciente pode solicitar detalhes de cada procedimento, os efeitos colaterais, as chances de recuperação e os riscos.
"A Internet também facilita a comunicação entre os especialistas porque permite a troca de informações sem que o médico e o paciente saiam do consultório", diz Renato Sabbatini, pesquisador da Unicamp.
Outro motivo que contribui para o "florescimento" da segunda opinião no país é a maior integração entre os centros médicos brasileiros, norte-americanos e europeus. "Como essa prática é frequente lá, começa a "contaminar" o Brasil", afirma Paulo Eduardo Elias, professor do departamento de medicina preventiva da Faculdade de Medicina da USP.
"As pessoas estão mais informadas e são os mais informados que conseguem exercer melhor seus direitos", diz Elias.
De acordo com ele, mesmo entre a população de baixa renda há quem monte sua estratégia para tirar o "cisma". "Em geral, as pessoas procuram outro posto de saúde", afirma.
É a saída possível para uma faixa da sociedade que tem dificuldade até para conseguir o acesso a um primeiro diagnóstico.


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