09/09/2004 - 08h36
Tecnomedicina ainda depende do homem
da
Folha de S.PauloLogo que o médico
acessa o prontuário eletrônico do paciente uma tela vermelha surge
diante dele no computador e avisa: "a paciente não faz o papanicolau
há seis meses, tem mais de 70 anos e alto risco familiar para
desenvolvimento da doença". Organizar as informações do paciente em
um banco de dados inteligente é o que de mais simples existe na
chamada tecnomedicina.
Com o objetivo de auxiliar os médicos
a estabelecer diagnósticos, os chamados sistemas de apoio à decisão
médica são uma prova do quanto cada vez mais a medicina caminha para
facilitar o uso da informação em benefício do
paciente.
"Esses sistemas auxiliam o médico a cruzar e
analisar informações científicas, casos clínicos, sinais e sintomas,
protocolos e, assim, a tomar decisões mais acertadas", explica o
biomédico Renato Sabbatini, diretor do Centro Internacional de
Tecnologias, Informação e Saúde. Existem programas para ajudar a
escolher o melhor antibiótico, recomendar essa ou aquela cirurgia e
detectar doenças em um determinado órgão, entre outros.
Só
que mesmo os mais crédulos na eficácia desses sistemas, como é o
caso de Sabbatini, admitem que seu uso ainda é "um fracasso". Isso
porque eles dependem de que o médico, ao fazer a consulta, inclua
uma quantidade grande de informações sobre o paciente. "Seria
preciso ficar pelo menos 40 minutos ouvindo o paciente para levantar
todas as variantes de que o sistema precisa para raciocinar, além
dos dados de exames."
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