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A era do portátil

Renato M.E. Sabbatini

Se eu tivesse que dizer, de relance, quais as três invenções mais geniais da Informática nos últimos dez anos, eu não teria dúvida: são a Internet, a multimídia e o computador portátil.

Hoje em dia, o laptop, o notebook e o palmtop são tão comuns e banais, que mal nos lembramos da revolução de hábitos que eles proporcionaram. Para quem não sabe: as três categorias de computadores portáteis, identificadas por seus nomes em inglês, que nunca são traduzidos, se referem ao tamanho dos mesmos. Laptop significa computador de colo, notebook, computador do tamanho de um caderno, e palmtop, um computador que cabe na palma da mão (por aí se vê porque os nomes não são traduzidos....). Atualmente, os computadores portáteis de cada uma destas categorias pararam de diminuir de tamanho. A razão não é tecnológica, mas sim de conforto de uso (um teclado confortável e que permita a datilografia rápida de dez dedos, por exemplo, não pode ser menor do que um determinado tamanho. O mesmo diz respeito à tela de vídeo). Além disso, cada computador achou seu nicho de mercado: os laptops têm mais recursos, como CD-ROMs embutidos, telas grandes,etc. e são mais pesados. Os notebooks são os "computadores de verdade" mais leves, embora não tenham todos os recursos de um computador de mesa (não têm slots internos de expansão, por exemplo), e são a atual coqueluche do mercado, sendo vendido em milhares de modelos diferentes.

Finalmente, os palmtops e os PDAs (Personal Digital Assistants) são ainda restritos a determinadas categorias de usuários, e não desfrutam de grande popularidade, por uma razão, a meu ver, muito simples: eles não são tão pequenos como uma agenda eletrônica, que cabem no bolso interno do paletó, nem tão grandes como um notebook, que pode ser carregado dentro de uma maletinha especial (o meio mais popular de transportá-los). São simplesmente incômodos, com telas não iluminadas e têm recursos limitados de software. Um notebook modesto, por exemplo (um 386 com 150 megas de disco) pode levar o Windows, e todo o pacote Microsoft Office completo, folgadamente. Já um palmtop roda softwares muito simplificados, e com uma interface gráfica muito pobre. Entretanto, têm o seu nicho, como terminais de coleta de dados no comércio e na indústria, como terminais portáteis em aplicações em saúde (como o Portable Doctor, da Apple), e pouca coisa mais.

Um bom notebook, bem equipado, é uma verdadeira maravilha da tecnologia e da praticidade. Atualmente tenho um notebook americano, modelo Patriot 6000 Multimedia. Ele tem tela colorida SuperVGA, disco rígido de 540 Mbytes, Mbytes de memória RAM, placa fax-modem tipo PCM-CIA de 14.400 bauds, mouse embutido do tipo touchpad, microfone e altofalantes embutidos, placa de som Sound Blaster e CD-ROM de dupla velocidade, intercambiável com o drive de disquete de 1,4 Mbytes de capacidade. Peso total: pouco mais de dois quilos, e bateria recarregável com autonomia de 1,5 h. O disco rígido está carregado de todos os tipos de software para Windows, inclusive o Microsoft Office Professional completíssimo (Word, Excel, Powerpoint e Access), os programas de editoração eletrônica PageMaker 5 e Ventura for Windows, todos os softwares para acesso completo à Internet (inclusive Netscape). Tenho também vários CD-ROMs de referência, que andam sempre em minha bolsinha de carregar o micro, tais como o fabuloso Microsoft Bookshelf (que tem oito livros de referência, inclusive uma enciclopédia, três dicionários, um almanaque, um atlas mundial e um livro de citações). Com o microfone e o CD-ROM tenho, além de um computador, um gravador de som e um toca-discos CD, que pode ser usado para ouvir música de fundo, enquanto trabalho.

Meu notebook anda comigo para toda parte. Nunca viajo sem ele, e já me "salvou a vida" muitas vezes, como uma vez em que tive de dar uma palestra de improviso, para substituir alguém que tinha faltado, e no hotel, à noite, usei o Powerpoint para fazer uns 20 slides, que depois apresentei na hora da palestra, usando meu notebook ligado ao telão de vídeo... Enfim, considero-o indispensável, embora possua um poderoso computador de mesa. Definitivamente, estamos na era do portátil.


Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas,
Autor: Email: sabbatin@nib.unicamp.br
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