Medicina de ponta
chega à Amazônia

Em meio a conflitos políticos, amplos projetos em Telemedicina atingem áreas tão remotas quanto a Floresta Amazônica. Com o mesmo pioneirismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Instituto para a Educação em Medicina e Saúde (Edumed), uma associação civil sem fins lucrativos, desenvolveu o Programa de Telesaúde na Amazônia.

O projeto, que já atinge 11 cidades do interior da Amazônia, entre povoados rurais e indígenas, é um programa de suporte à educação e medicina à distância acoplado a um programa de intercâmbio rural para estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Amazonas.

O Telesaúde na Amazônia visa a facilitar a comunicação remota entre residentes na selva amazônica e seus professores do Hospital Universitário, em Manaus. Por meio de voz e vídeo o programa ajuda a melhorar o serviço público de saúde, tanto para prevenção quanto para o socorro em regiões distantes.

O coordenador de projetos do Núcleo de Informática Biomédica da Universidade de Campinas (Unicamp), Renato Sabbatini, que também participa do projeto, conta que estudantes da Universidade do Amazonas trocam a explosiva e rica metrópole de Manaus por pequenas cidades no meio da selva durante o estágio. Uma das cidades, Envira, é tão distante da capital que a viagem pelo rio leva 18 dias.

Com 35 mil habitantes, a cidade de Envira, tem apenas três médicos. O cuidado com a saúde da população é feito por freiras missionárias, com pouco treinamento técnico. O Programa de Telesaúde na Amazônia conta com computadores ligados por satélite da rede do Sivam com as Universidades de São Paulo e de Campinas.

Sabbatini explica que a intenção é que a experiência torne-se um modelo que a ser implantado em outras localidades do Brasil e até no exterior. E os planos não ficam só na vontade. O programa de internato rural já tem convênios firmados nos estados do Paraná, Rio Grande do Norte e Ceará.

Para acompanhar o projeto, congressos médicos são organizados periodicamente para difundir o conteúdopela Internet. Hoje já são 14 universidades associadas ao Edumed e até o final do ano serão 40. Cada uma delas conta com uma rede de fibra ótica ou via satélite, com velocidade de dois megabits por segundo, para o desenvolvimento de projetos em medicina remota.

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