Você pensa como homem ou como mulher?
Edição 144 - Jul/03

Jibão

Cadê seu órgão sexual? Não, não aquele. A resposta pode estar mais em cima, no cérebro. Assim como homens e mulheres são visualmente diferentes, suas estruturas cerebrais também têm peculiaridades próprias. Cada um dos sexos tende a usar o cérebro de modos distintos para, por exemplo, achar caminhos no trânsito, desengavetar lembranças, trocar idéias com amigos ou fazer compras.

As diferenças entre o cérebro masculino e o feminino são, ao lado de fatores culturais, responsáveis por aptidões mais tipicamente masculinas ou femininas. É o que acreditam pesquisadores como o psicólogo Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido e o neurologista Matthias Riepe, da Universidade de Ulm, Alemanha.

O cérebro feminino, por exemplo, tende a ser mais organizado para dar conta da linguagem. Mulheres costumam se dar melhor em testes de fluência verbal. Elas têm, por exemplo, mais facilidade em recordar uma lista de palavras começando com a mesma letra.

Na orientação espacial, ponto para os homens. Na média, o sexo masculino tem também mais facilidade em visualizar objetos em rotação, identificar figuras geométricas escondidas num desenho mais amplo, calcular distâncias e velocidades. E, como os macacos machos, os homens são mais precisos em acertar objetos em determinado alvo.

Já a coordenação motora fina é melhor entre as mulheres. Elas também têm mais facilidade em identificar com rapidez figuras idênticas entre imagens semelhantes ou perceber se determinado objeto foi removido do lugar. O sexo feminino costuma ser melhor em testes de associações de idéias - fazer uma lista de objetos com a mesma cor, por exemplo.

Diferenças à parte, ninguém é menos inteligente. Nos testes de QI, homens costumam ir melhor nas questões relacionadas à inteligência não-verbal; e mulheres, nas de inteligência verbal. Na média, porém, o QI feminino e o masculino são os mesmos.

Não faltam estudos que apontam diferenças no cérebro masculino e feminino. Em relação à linguagem, por exemplo, uma pesquisa da Universidade Yale, nos Estados Unidos, mostra que as mulheres processam as informações nos dois lados do cérebro, geralmente com predominância do esquerdo. Já os homens tendem a utilizar só o hemisfério esquerdo e nada mais. Essa diferença ajuda a explicar o melhor desempenho feminino na linguagem verbal. Nas tarefas relacionadas à orientação espacial, também há variações. Apenas os homens utilizam de forma significativa os dois lados de uma região cerebral chamada hipocampo - possível explicação para a vantagem masculina.

"Homens e mulheres têm cérebro organizado de formas diferentes", afirma o neurologista Matthias Riepe, da Universidade de Ulm, na Alemanha. "Isso pode parecer estranho do ponto de vista social, mas é completamente natural do ponto de vista neurológico."

Quer dizer, então, que homens são de Marte e mulheres de Vênus? "Não, são todos da Terra", ironiza o psicólogo Simon Baron-Cohen. Afinal, as diferenças não são tão extremas assim, afirma em seu livro "The Essencial Difference" (A Diferença Essencial), lançado neste ano no Reino Unido. "As variações são estatísticas, mas cada indivíduo é diferente." Claro que há mulheres excelentes em matemática e homens com enorme habilidade verbal, exemplifica.

Mas para Baron-Cohen, há uma diferença básica entre a média dos homens e das mulheres. Pelo seu raciocínio, homens tendem a ter mais habilidade na sistematização. Ou seja, têm o cérebro mais bem estruturado para entender sistemas baseados em regras rígidas de causa e conseqüência. Daí a maior habilidade masculina nas ciências exatas e na orientação espacial.

No cérebro feminino, a marca é a empatia. "Mulheres tendem a ter mais facilidade em identificar emoções alheias e em responder de forma apropriada." Para Baron-Cohen, a empatia é estreitamente associada à habilidade verbal. Um fator é ao mesmo tempo causa e conseqüência do outro.

Diferença começa nos bebês
Eliana Assumpção

Gosto não se discute. Nem com recém-nascidos. Afinal, meninos e meninas já têm preferências diferentes no primeiro dia de vida. É o que sugere pesquisa coordenada pelo psicólogo Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha. Ele concluiu que objetos inanimados são mais atraentes que rostos humanos para a ala masculina do berçário. O mesmo não vale para as garotas.

No estudo, foram filmados 101 bebês em seu primeiro dia de vida. Ao escolher crianças tão novas, os psicólogos de Cambridge tinham um objetivo: desvincular os resultados obtidos de influências culturais.

Na mira da câmera, os nenês podiam olhar tanto para o rosto de uma das pesquisadoras quanto para um objeto mecânico - no caso, uma bola transparente com fotos de partes da face misturadas em seu interior. Com essa esfera, a intenção era desfigurar o rosto de forma que, apesar das fotografias, o conjunto não parecesse uma pessoa.

Eliana Assumpção

A bola foi o principal alvo dos olhares de 43% dos meninos e apenas 19,3% das meninas - sinal precoce do maior interesse feminino na interação social, acredita Baron-Cohen. Entre as garotas, 37% olharam mais para a face, em comparação com 25% dos garotos. O restante dos bebês - 44% delas e 32% deles - dividiu igualmente a atenção entre as duas opções.

O maior interesse das meninas no contato pessoal persiste fora da maternidade, conforme outro estudo da equipe de Baron-Cohen. Nele, contou-se quantas vezes crianças de um ano olhavam para a mãe, enquanto se divertiam com um brinquedo. Em dez minutos, a média feminina foi de 22 olhares - 37,5% mais que os 16 registrados entre os homens. Talvez seja por isso que as mulheres tenham um pouco de facilidade em decodificar o significado de olhares, como mostra outro teste desenvolvido por Baron-Cohen.

Analise seus sentimentos

Este exercício desenvolvido pelo psicólogo Simon Baron-Cohen serve para testar a capacidade de homens e mulheres em compreender os sentimentos dos outros.

Para cada olhar, escolha qual dos adjetivos melhor representa o que a pessoa está pensando ou sentindo. Em algumas situações, mais de uma palavra pode ser aplicada, mas escolha apenas uma.

Normalmente as mulheres têm melhor desempenho.

Faça o teste aqui.

Os extremos se encontram

Na classificação do psicólogo, há também o cérebro misto, com igual dose de habilidade para empatia e sistematização. Para corroborar suas idéias, Baron-Cohen criou dois questionários, um para avaliar o grau de empatia e outro, para o de sistematização.

Mulheres costumam fazer mais pontos no primeiro, feito de perguntas como: "eu sei quando entrar numa conversa?" ou "consigo prever o sentimento dos outros?". Na média os homens têm melhor resultado no questionário de sistematização, com perguntas que avaliam, entre outras coisas, o grau de entrosamento social e de interesse sobre o funcionamento das coisas.

Mas não faltam críticos às idéias do britânico. "O teste é ultrapassado, esteriotipado e preconceituoso", dispara o psiquiatra Luiz Cuschnir, coordenador do Gender Group do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e do Centro de Estudos de Identidade do Homem e da Mulher. "O teste é baseado em referenciais que não existem mais", diz. Para ele, a conciliação entre sistematização e empatia é regra, não exceção.

Outro que vê a teoria com reservas é o neurofisiologista Renato Sabbatini, diretor do Núcleo de Informática Médica da Unicamp. "Essa generalização não testa a verdadeira contribuição do cérebro em adultos, uma vez que a influência ambiental é fundamental", diz ele. "A gente não consegue escapar da cultura."

Teste seus reflexos
Homens e mulheres, de uma maneira geral, têm um modo diferente de pensar.

O teste abaixo, desenvolvido por psicólogos holandeses para o Science Museum, em Londres, aponta algumas dessas diferenças.

Você tem 15 segundos para responder a cada questão.

Faça o teste aqui.

O peso da biologia

Cohen rebate: "Claro que a cultura é importante, mas não se pode desprezar os aspectos biológicos. Nos anos 70, a tendência era resumir todas as diferenças entre os sexos à cultura. Mas, com o avanço da tecnologia para obter imagens do cérebro, hoje se sabe que não é assim."

Para ele, um dos principais responsáveis pelas diferenças entre os dois sexos é o hormônio masculino testosterona. Segundo algumas teorias, quanto maior o nível da substância nos fetos, maior o desenvolvimento do lado direito do cérebro, tradicionalmente relacionado à inteligência espacial. É por isso que, ainda no útero, o hemisfério direito dos meninos se desenvolve mais rapidamente que o esquerdo. Para Baron-Cohen, é justamente aí que está o ponto de partida da vantagem masculina na sistematização.

Também por isso, diz ele, as mulheres tendem a ter mais habilidade relacionada à linguagem. Afinal, se nos fetos machos o lado direito se desenvolve mais, o esquerdo, associado à linguagem e à comunicação, fica atrás na comparação com as meninas.

Em relação à linguagem, as mulheres têm outra vantagem sobre os homens. Para se comunicar, além do lado esquerdo - nesse caso, predominante -, também usam o hemisfério direito.

Para Baron-Cohen, uma das explicações para os homens usarem apenas o lado esquerdo para funções lingüísticas poderia ser que, no sexo masculino, o lado direito estaria ocupado com tarefas relacionadas à inteligência espacial e à sistematização. Já as mulheres teriam mais espaço disponível no hemisfério direito para processar também informações lingüísticas.

Para testar a teoria do impacto hormonal sobre o funcionamento do cérebro, Baron-Cohen mediu o nível de testosterona pré-natal de um grupo de crianças de Cambridge. A dose do hormônio veio do líquido amniótico da barriga das mães. Depois de apurar o nível hormonal das crianças, a equipe da Universidade de Cambridge avaliou o vocabulário de cada uma por meio de um questionário respondido pelos pais.

Memória autobiográfica

Como foram suas férias? Você se lembra daquela briga em casa? E do primeiro beijo? Recordar, todos recordam. Mas o grau de detalhes pode depender de seu sexo, de acordo com pesquisa feita na Universidade Stanford, nos EUA.

"As mulheres tendem a ter melhor memória autobiográfica", disse a GALILEU um dos responsáveis pelo estudo, o psicólogo John Gabrieli. Ele explica o motivo da vantagem: o cérebro feminino está mais bem estruturado para recordar episódios envolvendo emoções.

Durante o experimento, os pesquisadores mostraram a 12 homens e 12 mulheres diferentes fotografias. Algumas delas foram selecionadas para despertar emoções mais fortes - corpos mutilados, por exemplo. Outras eram neutras, como uma estante ou um extintor de incêndio. Ao ver as imagens, os voluntários tinham de classificá-las conforme o grau de emoção provocado. Enquanto isso, um aparelho de ressonância magnética funcional identificava a atividade cerebral de cada um deles.

Três semanas mais tarde, o grupo foi chamado de volta ao laboratório dos psicólogos. Ao chegar lá, a surpresa: um teste de memória. Olharam várias fotos e tiveram de reconhecer as que haviam visto anteriormente.

Como era de se esperar, todos recordaram mais facilmente as imagens que haviam despertado emoções intensas. Mas a memória feminina foi mais longe. Em média, no caso dessas fotos, as voluntárias reconheceram 25% a mais. Em relação às outras imagens, não houve diferença entre os sexos.

As imagens de ressonância magnética ajudaram a desvendar o segredo da boa memória feminina. Nos dois sexos, as fotos mais "fortes" estimularam a amígdala - região do cérebro relacionada às emoções. "Quanto mais intensa a reação despertada pelas imagens, maior era a atividade da amígdala esquerda", conta Gabrieli.Essa mesma região foi usada pelas mulheres para a recordação das imagens. Mas não pelos homens. Em vez disso, eles usaram a amígdala direita.

"Os homens usam uma parte do cérebro para avaliar seus sentimentos e outras estruturas cerebrais para criar a memória", explica Gabrieli. "Isso não significa necessariamente que eles sejam menos emotivos", pondera ele. "Mas no cérebro masculino, a emoção e a memória são menos integradas."

Segundo o psicólogo, o mecanismo da memória emocional feminina pode ajudar a explicar por que os casos de depressão são de duas a três vezes mais comuns entre as mulheres do que entre os homens. Pelo seu raciocínio, o sexo feminino é mais propenso a "ruminar" recordações negativas - hábito que pode criar problemas psicológicos.

Gabrieli ressalta, porém, que não é possível saber se as diferenças cerebrais são genéticas ou resultado de fatores sócio-culturais, também capazes de afetar o funcionamento do cérebro.


reprodução

Com um ano e meio de idade, as meninas, com menor dose hormonal, usavam em média 86 palavras. Os meninos usavam 41. Após seis meses, a vantagem feminina continuava: seu vocabulário médio, de 275 palavras, superava em 40% o dos garotos, de 196. O estudo revelou também diferenças entre crianças do mesmo sexo: quanto maior o nível de testosterona nos fetos, menor o vocabulário. Ao completar quatro anos, voltaram ao laboratório para a equipe avaliar a diversidade de interesses.

Na média, os meninos se interessavam por menos assuntos. Entre as crianças do mesmo sexo, quanto maior o nível de testosterona fetal, menor o leque de interesses. E quanto mais restritos os interesses, acredita Baron-Cohen, maior a facilidade para sistematização, que depende em parte de especialização.

O nível de testosterona também influencia a inteligência espacial. Em testes para avaliá-la, tende a se sair melhor quem tiver maior nível do hormônio, tanto mulheres como homens. É o que revela estudo de Doreen Kimura, do Departamento de Psicologia da Universidade Simon Fraser, no Canadá.

A situação não é muito diferente entre ratos. Para encontrar a saída num labirinto, as fêmeas demoram mais que os machos. A desvantagem acaba, porém, com uma injeção de testosterona nas ratinhas. Ao contrário, machos sem hormônio empatam com as fêmeas.

Em outro teste, fêmeas de macacos que receberam testosterona adotaram comportamento típico de machos, como simular brigas com os companheiros - atitude que, segundo Baron-Cohen, reflete menor grau de empatia.

Também os hormônios femininos podem influenciar comportamentos, diz Cohen. Ele conta que, nos anos 50, uma forma de estrogênio sintetizada, o dietilestilbestrol, era receitada a mulheres para evitar abortos. O hormônio não mostrou eficácia para impedir o fim da gravidez. Mas teve outro efeito. Os meninos nascidos após o tratamento tendiam a gostar de atividades femininas, como brincar de boneca. Mas onde está a origem das diferenças biológicas entre os cérebros de cada sexo? Baron-Cohen aposta na evolução da espécie: nossos ancestrais tinham papéis bem definidos na comunidade, que exigia habilidades específicas. Para os homens, quanto maior a orientação espacial e habilidade para produzir armas - fatores associados à sistematização -, maiores as chances de sucesso na caçada. Tolerância à solidão era outro fator favorável às longas empreitadas masculinas. Bons caçadores aumentavam a chance de sobrevivência e de ascensão social. Quanto maior sua posição no grupo, maior seu acesso às mulheres e mais descendentes para espalhar seus genes.

Mas não só o talento para caça ajudava os homens a ganhar status na comunidade. O mesmo valia para maior dose de agressividade e menor grau de empatia, muitas vezes necessários para derrotar adversários, diz Cohen. Quanto às mulheres, os requisitos eram outros. Maior empatia e habilidade para comunicação ajudam não só a cuidar dos filhos como a conseguir ajuda no grupo para tomar conta das crianças, fatores essenciais para a sobrevivência da prole.

Então as diferenças cerebrais viriam dos genes de nossos ancestrais? Para o psicólogo John Gabrieli, da Universidade Stanford, nos EUA, a resposta não é tão simples. Ele ressalta que as diferenças cerebrais não têm necessariamente origem genética. "Algumas pessoas acham que homens e mulheres nascem com o cérebro de certa forma. Embora seja apenas uma possibilidade, as variações biológicas podem ser resultado de fatores sociais."

Um exemplo do raciocínio está nas ruas de Londres. Para ser taxista, é preciso ser aprovado num rigoroso teste de conhecimento das ruas e rotas da capital britânica. Em média, cada profissional estuda dois anos para a prova - período em que o hipocampo ganha um tamanho maior, segundo estudo da University College London. Sinal de que o cérebro também se adapta para dar conta de suas tarefas.

A vantagem no labirinto

A cena é familiar: um casal discute no carro. Ele emburrado porque ela não se entende com o mapa. Ela de cara feia por não convencê-lo a perguntar o caminho. Preconceito à parte, talvez haja alguma dose de verdade nisso tudo. Afinal, os dois sexos utilizam áreas diferentes do cérebro para a orientação espacial. E a variação masculina leva vantagem, como revela pesquisa do neurologista Matthias Riepe, da Universidade de Ulm, na Alemanha.

No estudo, 12 homens e 12 mulheres tiveram de encontrar a saída de um labirinto simulado num computador, enquanto tinham a atividade cerebral monitorada por um aparelho de ressonância magnética funcional. Em média, os homens acharam a solução em dois minutos e 22 segundos, quase um minuto a menos que a média feminina, de três minutos e 16 segundos. "No mundo real, é como se estivessem tentando encontrar um lugar numa cidade desconhecida", explicou Riepe a GALILEU.

As imagens captadas revelaram que a tarefa exigiu de ambos os sexos atividade cerebral na área do hipocampo direito. Mas só os homens utilizaram o hipocampo esquerdo de forma significativa. Em vez disso, as mulheres usaram uma parte mais exterior do cérebro chamada córtex préfrontal direito.

"Os homens tendem a ser mais eficientes na hora de se orientar porque geralmente se baseiam em dados geométricos, como ângulos e distâncias", afirma Riepe.
Essa forma de abordagem é provavelmente facilitada pela utilização tanto do hipocampo direito como do esquerdo, diz o neurologista.

Quanto às mulheres, ele acredita que a utilização do córtex préfrontal - área do cérebro ligada a algumas formas de memória - incentiva a utilização de pontos de referência como estratégia de orientação. Mau negócio para o sexo feminino.

Matthias não acredita que a diferença seja resultado de aprendizado ou outros fatores culturais. "Ratos e ratas também usam diferentes partes do cérebro para a orientação espacial." E, como entre os humanos, os ratos machos escapam mais rápido de labirintos. Para achar o caminho, eles se baseiam quase que exclusivamente em dados geométricos, enquanto as fêmeas preferem pontos de referência, como, por exemplo, um quadro na parede.

Será que é por isso que os homens levam a fama de não pedir informação na rua? Riepe não arrisca um palpite. "Isso já é muita especulação", desconversa.

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